terça-feira, 1 de maio de 2018

Veneza inaugura catracas para evitar 'invasão' de turistas no feriado



Veneza transformou-se no laboratório extremo e “experimental” dos limites críticos perante os efeitos demolidores para as cidades, seus moradores e Identidade local do Turismo de Masssas, ligado ao “low cost flying” e Globalização descontrolada, … Este vai tornar-se num dos temas mais importantes políticamente para o futuro da Europa. Por enquanto, a “malaise” interna e os sentimentos de rejeição vão crescendo “internamente e implicitamente”. Eles irão tornar-se explícitos progressivamente e irão obrigar a medidas políticas claras e directas por parte das Autarquias. Entretanto, Portugal ainda dorme e “vegeta” dependente do Turismo, como a Única Indústria Nacional, situaçào efémera e dependente de tudo e de todos.
OVOODOCORVO

Veneza inaugura catracas para evitar 'invasão' de turistas no feriado
(…) “O prefeito apontou, por outro lado, que para os 54 mil moradores as catracas nunca serão fechadas, de forma que poderão sempre passar de um lado para o outro. O objetivo da medida, segundo Brugnaro, é desestimular os turistas que não ficam hospedados em Veneza e vão à cidade apenas para passar o dia. Ele salientou que esta é a primeira tentativa, na história de Veneza, de regular o fluxo de pessoas.”
— É claro que vai ocorrer uma série de erros, temos várias críticas que serão construtivas se forem adotadas e melhoradas, mas por enquanto tudo está funcionando — disse à Ansa. — Os venezianos têm direito a viver em uma cidade habitável. Em muitos anos não se fez nada, só tem falado e protestado.”
Pelo menos 30 jovens manifestantes removeram uma das cancelas

POR LA NACIÓN COM ANSA 29/04/2018 12:40 / atualizado 29/04/2018 15:15
https://oglobo.globo.com/…/veneza-inaugura-catracas-para-ev…

Veneza instalou catracas nas extremidades de duas pontes para recuar turistas se o fluxo de visitantes for alto demais. - Riccardo Gregolin / ANSA / via AP

ROMA — Uma polêmica medida para conter uma "invasão" de turistas na cidade italiana de Veneza começou a ser implementada neste sábado. Foram instaladas catracas em dois pontos importantes da cidade que costuma receber 30 milhões de pessoas por ano, com o objetivo de evitar um possível colapso em casos de fluxos excepcionais de visitantes, como neste feriado prolongado do 1º de maio.

Mas a novidade não foi bem recebida por todos. Pelo menos 30 jovens manifestantes removeram, na manhã deste domingo, uma das cancelas de metal instaladas pela Prefeitura de Veneza para desviar os turistas em caso de superlotação. Com o slogan "Veneza não é uma reserva, não estamos em perigo de extinção", o protesto foi organizado pela juventude de alguns centros sociais locais, como Morion, Sale Docks e o Rivolta di Mestre.

Controlados por agentes da polícia municipal, os postos de controle temporários foram colocados ao pé da famosa ponte projetada pelo arquiteto espanhol Calatrava, chamada Ponte da Constituição, e em outro acesso, logo após a estação ferroviária de Santa Lucia.

A manifestação aconteceu na ponte, que liga a Piazzale Roma, única área do centro histórico de Veneza acessível via carro, à estação de trens Santa Lucia. Repletos de cartazes e entoando gritos de "Veneza não é uma feira de diversões, não é um parque temático", os jovens desmontaram a catraca do local.

— Vamos restaurar o portão o mais rápido possível — disse à agências de notícias Ansa o comandante da polícia municipal, Marco Agostini.

Mesmo não sendo necessário fechar tais pontos turísticos onde estão os postos de controle, porque o número de pessoas observado estava em um parâmetro tido como "normal", a novidade surpreendeu os turistas e abriu espaço para debate e dúvidas.

As catracas foram instaladas na última sexta-feira em decorrência do feriadão de 1º de maio. A cidade espera receber mais de 200 mil visitantes. Desde o início da manhã a quantidade de turistas em Veneza tornou-se enorme e, em poucas horas, todos os estacionamentos da Piazzale Roma ficaram lotados, fazendo com que os carros fossem desviados para outro.

— Muitos nos perguntaram o que está acontecendo e como eles podem voltar se estiverem fechados — disse um agente.

— Veneza é uma cidade turística, devemos ser bem-vindos, não retidos — disse uma senhora que estava passeando em um cruzeiro e foi conhecer a cidade.

— É uma medida que não funciona — opinou uma moradora.

Ainda que haja opiniões contrárias às catracas, no último Carnaval a tentativa de um sistema que contaria pessoa por pessoa não solucionou os problemas. Por isso, esta medida experimental é vista como necessária por Luigi Brugnaro, prefeito de uma cidade que há anos luta contra a invasão de turistas.
— Não vejo nada de errado com a instalação de catracas para controlar o fluxo de turistas nos dias mais críticos — afirmou o prefeito. — Queremos deixar claro para toda a Itália que as pessoas que escolhem vir para Veneza são sempre convidados importantes para nós. O que estamos desaconselhando é chegar em momentos considerados críticos, especialmente para os que vêm como neste feriadão, para serem melhor recebidos pela cidade.

O prefeito apontou, por outro lado, que para os 54 mil moradores as catracas nunca serão fechadas, de forma que poderão sempre passar de um lado para o outro. O objetivo da medida, segundo Brugnaro, é desestimular os turistas que não ficam hospedados em Veneza e vão à cidade apenas para passar o dia. Ele salientou que esta é a primeira tentativa, na história de Veneza, de regular o fluxo de pessoas.

— É claro que vai ocorrer uma série de erros, temos várias críticas que serão construtivas se forem adotadas e melhoradas, mas por enquanto tudo está funcionando — disse à Ansa. — Os venezianos têm direito a viver em uma cidade habitável. Em muitos anos não se fez nada, só tem falado e protestado. Nós achamos essa ideia assim, do nada, apenas vendo que as catracas da embarcação dos vaporetti funcionavam.

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