terça-feira, 13 de março de 2018

Começou demolição de edifícios para dar lugar ao “mono do Rato”, futuro hotel



Começou demolição de edifícios para dar lugar ao “mono do Rato”, futuro hotel

Samuel Alemão
Texto
12 Março, 2018

Apesar de ainda estar por confirmar a construção do polémico edifício conhecido como “mono do Rato”, pelo menos naquela versão que tão contestada tem sido, desde o início do processo, em 2005, o destino dos prédios até agora existentes naquele local parece estar traçado. Começaram, na manhã desta segunda-feira (12 de Março), os trabalhos de demolição desses imóveis, para dar lugar ao projecto dos arquitectos Manuel Aires Mateus e Frederico Valsassina – que deverá ser uma unidade hoteleira, e não um prédio de habitação e escritórios, apurou O Corvo. O início do processo de derrube do casario pré-existente ocorre assim um mês depois de terem sido colocados os tapumes em redor do gaveto situado entre o Largo do Rato e as ruas do Salitre e Alexandre Herculano, ressuscitando um processo do qual se havia deixado de falar no início desta década. Há, no entanto, quem se esteja a mobilizar para o travar.

O Corvo apurou que alguns dos moradores daquela zona, que serão vizinhos do “mono do rato”, se preparam para encetar uma batalha legal contra tal construção, contestando a sua grande volumetria. Em causa estará não só o ensombramento que tal construção provocará nas zonas circundantes, bem como a invasão de privacidade que a fachada a tardoz – isto é, a fachada das traseiras – representará para quem ali vive. Recorde-se que, numa reunião pública, a 28 de Fevereiro, o presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina (PS), confessou que, apesar de gostar do projecto, o considerava pouco adequado ao lugar. “Acho que o projecto não é bonito naquele sítio, que cria uma disfunção, uma ruptura naquele local”, disse, no momento, prometendo estabelecer “diálogo com os promotores e tentar encontrar uma solução que minore o impacto da adaptação da zona”. O autarca avisou, todavia, que não poderia garantir o sucesso da tentativa de mediação e lembrou mesmo os direitos do promotor, que viu o projecto aprovado no final de 2010.

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