domingo, 24 de janeiro de 2016

MARCELO PRESIDENTE / Comentário OVOODOCORVO


As habilidades retóricas e manipulativas de Marcelo eram baseadas no facto de ele usufruir da liberdade garantida por um púlpito mediático onde as suas “farpas” eram espectáculo.
Ao mesmo tempo, Marcelo tinha que digerir a sua frustação de ser um “outsider” do meio Político Institucionalizado.
Tinha que gerir vantagens e desvantagens da sua posição privilegiada.
A exposição mediática era erosiva, e já se sentia o cansaço do público.
A exposição dos aparelhos políticos era também mais do que erosiva, e Marcelo como observador e comentador dos mesmos aparelhos, sabia-o melhor do que ninguém.
Restava assim, como única alternativa de possibilidade de participação activa na vida Política, o cargo da Presidência.
Acima de tudo, porque ele oferecia, através da “gravitas” e distância que caracterizam o cargo, uma proteção natural às anteriormente referidas erosões.
É assim, agora, que Marcelo se quer perfilar. Como “monarca” conciliador “au-dessus de la mêlée” e factor de estabilidade através da serenidade emanante do cargo.
Ele vai encontrar grande prazer nos maquievélicos e sinuosos contorcionismos de António Costa.
Nascerá assim um consenso estimulante e secretamente agradável entre dois habilidosos.
Neste sentido, estão bem um para o outro.
Mas tudo isto, são situações a prazo, pontuais e efémeras, se as colocarmos nas profundas mudanças que se estão a processar na Europa, a uma velocidade impressionante e preocupante.
Assim, mais importante que estas eleições é o encontro que toma lugar, hoje, 25 de Janeiro de 2016, em Amsterdào onde os líderes Europeus vào tentar desesperadamente salvar o que resta de Schengen/ União Europeia, na avalanche dos acontecimentos provocados pelo colossal e determinante erro de avaliação de Merkel, na questão dos refugiados.
Como a antiga Nação Portuguesa se tranformou num Protectorado dependente de Tudo e de Todos, estes acontecimentos a nível desta pequena “Região Atlântica/ Europeia”, que nos vão entretendo, serão muito brevemente equocionados numa nova realidade determinada pelo exterior. É na Europa que as realidades, os contextos e os factos que vão ser determinantes, estão a ser criados e “feitos” a uma velocidade estonteante.
Portanto, Marcelo Presidente, usufrua por agora destes momentos palacianos, a Europa está a mudar e brevemente as janelas de Belém e de São Bento vào-se irremediávelemente abrir-se para novas realidades e desafios incontornáveis.
OVOODOCORVO

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