domingo, 9 de agosto de 2015

Vaga de calor e incêndios em Portugal./ Mais de 300 incêndios a devorar mato e terrenos agrícolas Dois bombeiros fe.

Sul da Península Ibérica terá clima de deserto em 2100

«Relatório de Avaliação Regional para as Alterações Climáticas» revela que temperaturas podem subir até 6 graus centígrados
Na região mais quente da Península Ibérica, Almeria, na Andaluzia, os verões são sempre muito quentes, com temperaturas médias acima dos 30 graus, e os invernos secos e com temperaturas moderadas. Este tipo de clima de deserto vai dominar no sul da Península Ibérica no final deste século.
Entre 2071 e 2100, a Península vai sofrer um aumento de temperatura na ordem dos seis graus centígrados no Verão e dois a três no Inverno. Estas informações estão apresentadas no Relatório de Avaliação Regional para as Alterações Climáticas «Clima en España: pasado, presente y futuro», elaborado pela Red Temática CLIVAR-España.
O relatório avalia os dados climáticos da Península e analisa os factores de influência para poder antecipar-se aos futuros impacto no clima.
As previsões foram estabelecidas de acordo com o cenário A2 das emissões globais de CO2 definido pelo Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática (IPCC) da ONU. Neste cenário as emissões deverão atingir um volume de 28,9 gigatoneladas por ano até 2100. Este valor é quase três vezes o nível actual.
A Península Ibérica continua a ser uma das áreas mais afectadas pelo aquecimento global, já que temperatura está a subir três vezes mais rapidamente do que no resto do mundo, e até 50 por cento mais do que no resto do hemisfério norte.
http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=41639&op=all


Mais de 300 incêndios a devorar mato e terrenos agrícolas
Dois bombeiros feridos em Vila Nova de Cerveira e outros dois na região da serra da Estrela

Foi um dia atribulado, nalguns casos assustador, sobretudo, no distrito de Viana do Castelo. O incêndio de Vila Nova de Cerveira alcançou Caminha, o de Monção aproximou-se de Melgaço, e, no meio daquilo tudo, alerta para outro grande incêndio, mas em Ponte de Lima.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) bem tinha avisado: domingo ia ser um dia de calor extremo. Uma massa de ar quente e seco vindo de Espanha e do Norte de África iria fazer os termómetros subirem para valores próximos dos 40 graus Celsius em grande parte do território nacional. Além do calor, a circulação atmosférica traria uma dose extra de poeiras do Sara para Portugal.

Desde a meia-noite até às 20h, a Autoridade Nacional de Protecção Civil contou 321 incêndios florestais. Àquela hora, lavravam 20: 11 em mato, sete em zonas povoadas, dois em áreas agrícolas. À meia-noite, o balanço ainda era pesado: mais de 1200 operacionais combatiam 15 incêndios.

O distrito de Viana estava em alerta. E foi para lá que o secretário de Estado da Administração Interna, João Almeida, se deslocou. Às 18h30 reuniu-se com representantes locais no Comando Operacional Distrital de Viana do Castelo. A iniciativa decorreu, explicou, da nova lei de bases da protecção civil, em vigor desde o início de Agosto. Extintos os governos civis, na “iminência ou ocorrência de acidente grave ou catástrofe”, compete ao membro do Governo responsável pela protecção civil desencadear as acções de prevenção, socorro, assistência e reabilitação adequadas.

Pouco depois do almoço, por força do vento, o que os bombeiros tanto temiam em Vila Nova de Cerveira acabou por acontecer: o incêndio florestal que deflagrou às 11h16 de sábado atravessou o Rio Coura e avançou em direcção à serra de Arga – a Autoestrada 28 teve de ser cortada.

Conforme explicou o comandante distrital de Santarém, José Guilherme, responsável pelas operações, não eram só o vento a dificultar a vida dos bombeiros. Também "a falta de acessos, de ordenamento do território, a orografia, as elevadas temperaturas, e a baixa humidade".

A noite caia e com ela abrandava o calor. No combate permaneciam 336 bombeiros, com 88 viaturas, um helicóptero, três aviões. Diversas aldeias estavam isoladas, muitos residentes assustados, dois bombeiros com ferimentos ligeiros.

Em Monção lavrava um incêndio desde as 22h56 de sábado. Propagou-se nas freguesias de Messegães, Valadares e Sá e, ao final do dia, mobilizava 117 bombeiros, apoiados por 22 viaturas. As chamas já tinham ameaçado várias habitações em Badim e em Podame e subiam a encosta já na Freguesia de Penso, em Melgaço.

Segundo a informação disponível na página na Internet da Autoridade Nacional de Protecção, chamas geravam aflição noutras zonas. Chegou a estar "fora de controlo" o incêndio que em Miranda do Corvo ameaçava casas. Tudo começara às 16h19, perto de Vale de Colmeias, na freguesia de Semide, e continuava com intensidade. No terreno, estavam 260 bombeiros, com 63 viaturas e um helicóptero. À meia-noite, estava reduzido a uma frente e evoluía favoravelmente.

Na Serra da Estrela, um incêndio que degradou às 14h30 na Varanda dos Carqueijais, na Covilhã, provocou um grande susto. Por precaução, as autoridades decidiram mandar evacuar uma pousada e um parque de campismo. Dois bombeiros de Vila Nova de Poiares ficaram feridos. Às 22h, o incêndio estava dominado, mas ainda ocupava 186 operacionais, auxiliados por 42 viaturas, dois helicópteros e dois aviões.


O site da Autoridade Nacional de Protecção Civil fazia ainda prever uma noite difícil na freguesia de Poiares, concelho de Ponte de Lima, distrito de Viana do Castelo, 49 homens, 15 viaturas; e nas freguesias de Malhou, Louriceira e Espinheira, no concelho de Alcalena, distrito de Santarém, com 254 homens, 50 viaturas. Neste último fogo, dois bombeiros ficaram feridos: "No caso de um bombeiro o problema derivou da inalação de fumos, e no caso de uma bombeira a emergência decorreu de uma indisposição resultante do trabalho de combate ao incêndio. Ambos foram transportados à unidade hospitalar de Torres Novas, não inspirando cuidados de maior", disse à Lusa fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Santarém.

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