sexta-feira, 17 de julho de 2015

Miguel Sousa Tavares dá mais explicações sobre investimentos no GES


Miguel Sousa Tavares dá mais explicações sobre investimentos no GES
Ana Cristina Marques / 17/7/2015, OBSERVADOR

O escritor diz que se quisesse ter investido no GES, tê-lo-ia feito de forma direta; diz que está a ser "um alvo colateral" e queixa-se de violação de sigilo bancário.

Miguel Sousa Tavares insistiu esta sexta-feira à noite que se quisesse ter investido no GES ou no BES, tê-lo-ia feito de forma direta e não via um fundo de liquidez “, cuja “composição muda a todo o tempo e integra uma infinidade de outros produtos”, referindo-se ao facto de ter investido cerca de dois milhões no fundo ES Liquidez.

Miguel Sousa Tavares terá investido no Grupo Espírito Santo cerca de dois milhões de euros em unidades de participação do fundo ES Liquidez, num total de cinco movimentos bancários feitos ao longo do ano de 2013. Os dados são do semanário Sol, que teve acesso a sete listas de clientes do Banco de Portugal onde constam os nomes e números de contribuinte de todos os que investiram no grupo. O nome do escritor e jornalista aparece cinco vezes mas, segundo explicações dadas ao mesmo jornal, Sousa Tavares não sabia que o seu dinheiro fora usado para comprar títulos do GES.

Esta noite, o Sol publicou no seu site um direito de resposta do escritor em que este, repetindo declarações publicadas na notícia de esta sexta-feira, diz que não conhece nem “as intenções nem as pessoas” a quem “convém” envolvê-lo no escândalo do GES, argumentando que o próprio não passa de um alvo colateral, e queixa-se da violação do sigilo bancário.

“Declaro-me, pois, culpado do crime de investimento e da tentativa de encobrimento do mesmo, ao prestar-vos os esclarecimentos pedidos. E fico à espera que quem de direito me mande para casa com pulseira eletrónica”, diz, com ironia.

Sobre o valor dos 2 milhões, soma que em momento anterior dissera nunca possuir, Sousa Tavares contesta em termos gerais, dizendo que não se pode “somar todas as poupanças que fui depositando ao longo de anos no tal fundo, sem somar correspondentemente as saídas, chegando então a um ‘investimento’ único de dois milhões — cuja conta nem sequer sei se está certa”.


No texto, o escritor insiste que, tanto no BES, como em qualquer outro banco onde foi cliente, sempre deu “ordens expressas” aos gestores de contas para nunca adquirirem “produtos do próprio banco ou a eles associados”, alegando que, com o seu consentimento, tal nunca aconteceu. “Fui por diversas vezes depositante do ES Liquidez — que, como o próprio nome indica é um fundo de liquidez, um depósito à ordem renumerado”.

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