sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

Rei de Espanha pede “grande impulso moral e colectivo” contra a corrupção / VÍDEO /Felipe VI: Lucha contra corrupción, un “objetivo irrenunciable”

Em Espanha o Rei deseja e pede outro tipo de “PROSPERIDADE” ...

Rei de Espanha pede “grande impulso moral e colectivo” contra a corrupção
MARIA JOÃO GUIMARÃES 25/12/2014 - 12:58 (actualizado às 16:32)
As figuras públicas não merecem “lucrar ou ficar ricas” por causa dos cargos que ocupam, disse Felipe, dias depois de ser conhecida a acusação de crimes fiscais contra a sua irmã.

Na sua primeira mensagem de Natal, o rei Felipe de Espanha disse que o país precisa de “uma profunda regeneração da sua vida colectiva” para que “a corrupção não ganhe raízes” e de medidas para promoção do emprego já que a actual taxa de desemprego, de 24%, é “inaceitável”.

Felipe, que herdou o trono este Verão após a abdicação do seu pai, Juan Carlos, não se referiu directamente à acusação da sua irmã mais velha, a infanta Cristina, e do marido, Iñaki Urdangarin. O diário espanhol El País diz que o rei não alterou o discurso, que já estava escrito antes da notícia, esta semana, de que Cristina seria também acusada por crimes fiscais (Urdangarin, soube-se já no início de Dezembro, era acusado de vários crimes de fraude, branqueamento de capitais e evasão fiscal no âmbito do caso Nóos, a organização sem fins lucrativos para promoção do desporto que serviria para obter contactos inflacionados com entidades públicas e autarquias).

Mas o rei disse que “não deve haver tratamento favorecido para os que ocupam uma posição de responsabilidade pública” e que “desempenhar um cargo público não pode ser um meio para ser aproveitado ou que sirva para enriquecer”.

A investigação a Cristina e Urdangarin foi um dos motivos para a abdicação de Juan Carlos. O antigo monarca disse que a justiça era igual para todos, mas o discurso do novo rei é muito mais directo ao falar do tema. “A luta contra a corrupção é um objectivo irrenunciável”, declarou Felipe. Para que “a corrupção não ganhe raízes”, é necessário “um grande impulso moral colectivo”.

Felipe deixou, no entanto, uma nota positiva: “É certo que os responsáveis de condutas irregulares estão a responder por elas, essa é uma grande prova de funcionamento do nosso Estado de Direito.” Mas acrescentou: “Os cidadãos têm de ter a certeza de que o dinheiro público se administra para os fins legalmente previstos.” Por isso, “devemos cortar pela raiz e sem contemplações a corrupção. A honestidade dos funcionários públicos é um pilar básico da nossa convivência numa Espanha que todos queremos sã, limpa”.

De seguida, Felipe falou no que é a principal preocupação dos espanhóis, a economia. “Os índices de desemprego são inaceitáveis e frustram as expectativas dos nossos jovens e de muitos mais homens e mulheres que estão há algum tempo no desemprego”, disse. Esta luta deve ser “a grande prioridade”, defendeu. “O sacrifício e o esforço dos cidadãos durante toda a crise exigem que os agentes políticos, económicos e sociais trabalhem unidos nesta direcção, tendo em conta o interesse da cidadania. Porque a economia deve sempre estar ao serviço das pessoas.”

Na mensagem houve ainda lugar para falar da Catalunha, onde o ano foi dominado por um referendo à independência que Madrid não autorizou e onde foi feita ao invés uma consulta popular informal. “Milhões de espanhóis têm a Catalunha no seu coração”, disse Felipe, prometendo promover um “reencontro” com os catalães. “O que faz de Espanha uma nação com uma força única é a soma das nossas diferenças”. Assim, defendeu, é preciso “continuarmos a construir, todos juntos, um projecto que respeite a pluralidade”.

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