quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Energias renováveis criaram mais de 40 mil empregos em 2013.

Sector das energias limpas pesou 1,6% na riqueza gerada em Portugal no ano passado

Energias renováveis criaram mais de 40 mil empregos em 2013
ANA BRITO 25/09/2014 - PÚBLICO
Contributo do sector das energias de fonte renovável para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2013 atingiu 2730 milhões de euros.

As energias renováveis criaram mais de 40 mil empregos em 2013, sendo a grande maioria (quase 38 mil) resultado do “impacto indirecto noutros sectores”, revelou um estudo que a Associação de Energias Renováveis (APREN) apresentou nesta quinta-feira. A associação acredita que há potencial para criar mais 26 mil novos postos de trabalho até 2030.

No conjunto, o sector contribuiu com 2730 milhões de euros para o Produto Interno Bruto (PIB), representando 1,6% da riqueza produzida no país (acima dos 1,5% registados em 2012). A utilização crescente de energias renováveis permitiu uma redução das importações (de energia eléctrica e combustíveis fósseis) na ordem dos 1479 milhões de euros, revelou a análise desenvolvida pela Deloitte.

A consultora aponta ainda que a fonte eólica (que representa 56% do sector) foi responsável por 1527 milhões de euros, enquanto a fonte hídrica (33% do sector) gerou 930 milhões. Também conclui que o solar é o subsector das fontes de energia renovável com maior contribuição para o PIB tendo em consideração a contribuição média por megawatt (MW) instalado. Se a média do sector atingiu 232 mil euros por MW, a da fonte solar atingiu 550 mil euros, enquanto a da eólica atingiu 317 mil euros, um desempenho que o estudo explica com a “presença local” de fabricantes dos dois sectores (painéis fotovoltaicos e aerogeradores).

No ano passado, os custos evitados com licenças de CO2 através da utilização de energias renováveis (essencialmente eólicas, hídrica e solar) atingiram os 47 milhões de euros. O contributo das energias limpas — que representaram quase 57% do total da energia eléctrica consumida em Portugal — para a redução da taxa de dependência energética foi 12,3 pontos percentuais. No ano passado, a taxa que mede a dependência energética do país face ao exterior fixou-se em 71,7%.

Potencial exportador
Segundo as estimativas apresentadas no estudo da APREN, “perspectiva-se que em 2030 o emprego gerado [directa e indirectamente pelo sector] se aproxime dos 67 mil empregos”, com as componentes eólica e hídrica a representarem, “em conjunto, mais de 80% do total do emprego gerado”.

Para esse período, o contributo esperado das energias renováveis para o PIB são 4342 milhões de euros (com uma taxa média anual de 2,6% entre 2014 e 2030, mais moderada que os 4% verificados entre 2010 e 2013). Perspectiva-se também que os custos evitados com importações e licenças de CO2 totalizem três mil milhões de euros.

O estudo destaca também o potencial de Portugal como exportador, tendo em conta “as perspectivas de evolução do sector da electricidade renovável em Portugal, bem como o aumento previsto para as interligações existentes entre Portugal e Espanha, e entre a Península Ibérica e França”.

Num cenário em que se verificasse um aumento da produção de energia destinada à exportação na ordem dos 10%, “teríamos um aumento dos benefícios associados à electricidade renovável, uma vez que parte desse acréscimo de produção seria assegurado a partir de fontes renováveis, designadamente a solar”, lê-se na análise.


Essa evolução resultaria num acréscimo de mais de mil milhões de euros no PIB, na criação adicional de 20 mil postos de trabalho, poupanças de 37 milhões de euros com licenças de CO2 e um adicional de 300 milhões de euros às poupanças com as importações.

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