domingo, 24 de agosto de 2014

Carris registou mais de 1.600 furtos por carteiristas em 2013

Elétrico 28 tem as condições "ideais" para os carteiristas, diz a polícia

TRANSPORTES
Carris registou mais de 1.600 furtos por carteiristas em 2013
23/8/2014, 9:04 / LUSA / OBSERVADOR

Autocarros e elétricos da Carris são os transportes públicos de Lisboa em que há mais furtos realizados por carteiristas, seguidos do Metropolitano e dos comboios da CP.
Os autocarros e os elétricos da Carris registaram mais de 1.600 furtos por carteiristas em 2013, sendo os transportes públicos de Lisboa com mais ocorrências deste tipo, seguidos do metro e dos comboios da CP, segundo um relatório policial.

Ao longo de 2013, a polícia recebeu 5.779 queixas por furtos de carteiristas, em Lisboa, o que representa um prejuízo superior a dois milhões de euros, de acordo com um relatório da Divisão de Investigação Criminal de Lisboa, e ao qual a agência Lusa teve acesso.

Nesse ano, registaram-se 1.672 furtos em autocarros e elétricos da Carris, sendo janeiro o mês em que houve menos furtos (70), e agosto onde houve mais ocorrências (217). Foram ainda apresentadas 107 queixas por furtos nos comboios da CP e 330 no Metro de Lisboa. Dos 1.672 furtos participados, mais de 1.050 ocorreram no interior dos elétricos 15 e 28.

No elétrico 28, que faz a ligação Graça/Estrela e sentido inverso, há o registo de 764 furtos por carteiristas. O relatório refere que é um transporte de pequena dimensão, quase sempre lotado e que passa por vários pontos turísticos, “proporcionado aos carteiristas as condições ideias para perpetuarem o crime”.

O elétrico 15, que liga a Praça da Figueira a Belém e vice-versa, registou 299 furtos. Este elétrico liga dois pontos muito cobiçados pelos turistas – Baixa Lisboeta/Belém e vice-versa -, que, apesar de ser um transporte de grande dimensão, o tempo de viagem “permite aos carteiristas esperar pela melhor oportunidade para efetuarem os furtos”, refere o documento.

A polícia reconhece que sinalizar com exatidão um local onde ocorreu um furto cometido por carteirista é “como encontrar uma agulha num palheiro”. Sendo um crime que ocorre maioritariamente por astúcia, a vítima só se apercebe do furto quando “necessita” dos bens.

Apesar desta realidade, das queixas apresentadas pelos ofendidos junto da polícia, verifica-se que os furtos sucedem maioritariamente em transportes públicos, via pública, estabelecimentos comerciais e estabelecimentos de restauração, respetivamente.


Em 2013, foram apresentadas 2.109 queixas por furtos de carteiristas em transportes públicos, 1961 levados a cabo na via pública, 479 em estabelecimentos comerciais, 301 em estabelecimentos de restauração e os restantes noutros locais. O relatório sublinha que 70 por cento das 5.779 queixas apresentadas e analisadas pela polícia se situam na Baixa da capital.

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