segunda-feira, 26 de maio de 2014

Paul Krugman. Líderes da União da Europeia “estão em profunda negação”. European Green Lanterns




Paul Krugman. Líderes da União da Europeia “estão em profunda negação”
Por Agência Lusa
publicado em 26 Maio 2014 -

Presente na conferência internacional organizada pelo Banco Central Europeu (BCE) que desde domingo decorre em Sintra, o Nobel da Economia reagia assim às declarações que o presidente da Comissão Europeia proferiu num dos debates hoje realizados.

O prémio Nobel da Economia de 2008, Paul Krugman, considerou hoje que os líderes da União Europeia, como Durão Barroso, “estão em profunda negação” ao declararem que o euro não teve nada a ver com a crise.

“Sentado numa sala a ouvir líderes da União Europeia a reagir às eleições para o Parlamento Europeu parece-me que estão em profunda negação. Durão Barroso declarou que o euro não teve nada a ver com a crise, que foram tudo políticas falhadas ao nível nacional; há uns minutos atrás disse que o problema real da Europa é a falta de uma vontade política. Isto é impressionante, mas no mau sentido”, publicou hoje Paul Krugman na sua página online de opinião no New York Times, ‘A Consciência de Um Liberal’.

Presente na conferência internacional organizada pelo Banco Central Europeu (BCE) que desde domingo decorre em Sintra, o Nobel da Economia reagia assim às declarações que o presidente da Comissão Europeia proferiu num dos debates hoje realizados.

“Sabemos muito bem o que aconteceu: primeiro a criação do euro encorajou fluxos de capital para o sul da Europa, depois o dinheiro secou – e a ausência de moedas nacionais significou que os países endividados tiveram de se submeter a um processo de deflação extremamente doloroso”, afirma o economista, que tem sido muito crítico das políticas de austeridade na Europa.

Por outro lado, Paul Krugman considera que “se há coisa que a Europa tem é vontade política”, já que os governos dos países do Sul “impuseram políticas de austeridade inacreditavelmente duras para serem bons europeus”.

“O que é que podiam ter feito que não fizeram?”, questiona.

O Nobel da Economia considera que se gregos, portugueses e espanhóis se “comprometeram, com toda a sua vontade, a se ajustarem, as suas economias deveriam crescer apesar da deflação e da austeridade”.

No último dia da conferência, Paul Krugman apresenta um artigo a defender que o BCE deve abandonar a política de baixa inflação.


May 26 11:13 am                
European Green Lanterns


Sitting in a room listening to EU officials reacting to the European Parliament elections — and it seems to me that they’re deep in denial. Barroso just declared that the euro had nothing to do with the crisis, that it was all failed policies at the national level; a few minutes ago he said that Europe’s real problem is a lack of political will.

This is quite amazing, in a really bad way.

Sorry, but depression-level slumps didn’t happen in Europe before the coming of the euro. And we know very well what happened: first the creation of the euro encouraged massive capital flows to southern Europe, then the money dried up — and the absence of national currencies meant that the debtor countries had to go through an extremely painful process of deflation. How anyone could deny any role for the currency …

And if there’s one thing Europe has, it’s political will. All across the southern tier, governments have dutifully imposed incredibly harsh austerity in the name of being good Europeans. What should they have done that they haven’t?

I guess the notion is that if the Greeks, or the Portuguese, or the Spaniards really, truly committed their all-powerful wills to reform and adjustment, their economies would boom despite deflation and austerity. The possibility that things are so bad — and radicals have been empowered — because the policies are fundamentally misguided just doesn’t seem to be considered.

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