segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O tiquetaque do relógio de Paulo Portas.Começa a faltar a paciência em Kiev

Em muitos casos o “VoodoCorvo” insere imagens  “associativas/contextualizadoras” que não fazem parte do artigo original.

O tiquetaque do relógio de Paulo Portas
Mais do que o fim da o relógio marca o tempo que ainda resta para ter uma ideia para o país
 Editorial/ Público

Estamos habituados a ver um relógio gigante em contagem decrescente em lugares como Times Square a marcar as horas que ainda faltam para eventos como a passagem de ano. Mas é uma surpresa ver um relógio desses no Largo do Caldas. Paulo Portas foi ontem inaugurar um relógio que regista, em contagem decrescente, os dias, horas, minutos e segundos que faltam para a troika sair de Portugal. O relógio foi apresentado no congresso da juventude popular e vai ser transferido para a sede do partido.
O líder do CDS continua com uma visão afunilada do que é a Europa e continua com o discurso de que Portugal se transformou num protectorado, tendo recuperado o espírito do discurso de que em Junho de 2014 vamos “viver uma espécie de 1640 financeiro”. Veremos se em Junho Portas não terá de voltar a dar corda ao seu relógio, caso Portugal venha a necessitar de um programa cautelar. Esperemos que não.
Mas os seis meses e qualquer coisa que marcam o relógio do Largo do Caldas, mais do que servir para festejar a partida dos “senhores da troika”, devem servir como uma espécie de ampulheta para o novo ciclo político. Durante três anos, os partidos quase que se dispensaram de ter ideias para o país. Era tudo importado de Washington, Bruxelas e Frankfurt. Em Junho, os partidos, já sem a desculpa do “foi a troika que mandou”, terão de explicar as ideias que têm para a economia. A austeridade é para continuar? Os impostos vão descer? A aposta na industrialização vai sair do papel? O que queremos nas energias? Como vamos cumprir o pacto orçamental? Estes e outros temas vão exigir, além de ideias, um nível de compromisso que durante a estadia da troika pouco ou nada se viu. A votação esta semana da reforma do IRC é um bom teste para saber o que se vai passar quando o relógio no Largo do Caldas marcar zero horas.



Começa a faltar a paciência em Kiev

Na Ucrânia continuam as manifestações. Na Praça da Independência mais de 200 mil pessoas juntaram-se para pedir a demissão do Governo e uma aproximação de Kiev à Europa ocidental. Também na capital, no Parque Mariinsky, 20 mil pessoas defenderam “o regresso da estabilidade”, numa manifestação de apoio a Viktor Ianukovich. Este tem sido o dia-adia em Kiev e em Bruxelas já se começa a perder a paciência.

A União Europeia suspendeu ontem as conversações por “falta de compromisso claro” e, no Twitter, o responsável pelo processo de alargamento, Stefan Füle, veio dizer aquilo que já se sabia: a Europa está a falar sozinha. Entretanto, Ianukovich vai rumar esta semana ao Kremlin, no que deverá ser o primeiro passo para a adesão à união aduaneira de Putin. O Governo da Ucrânia parece já ter feito a sua escolha. Falta os ucranianos.

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