sábado, 24 de agosto de 2013

Abertura de 2013 celebra a Betonização do Chiado, a destruição sistemática dos seus Interiores e de todas as suas características verdadeiramente Pombalinas ... por António Sérgio Rosa de Carvalho. 01/01/2013


 Ivens 31 : Trata-se do Triunfo total do Fachadismo e destruição total dos Interiores ( apesar do falso argumento Patrimonial de manutenção das escadas e azulejos ) Mesmo a fachada é o resultado de uma mentira totalmente betonizada, pois este bloco monolítico, híbrido, betonizado e plastificado resulta do nívelamento de duas anteriores fachadas   originais ... Mansardas Pombalinas ... Trapeirão ... gaiolas ... tudo para o "galheiro" ...

Afirmam os Srs. Arquitectos
"O projecto propôs a unificação das fachadas dos dois edifícios existentes, para
estabelecer um equilíbrio volumétrico com maior dignidade e mais adequado à nova
utilização. O redesenho e limpeza dos elementos dissonantes das fachadas, permitiu
retomar a métrica pombalina e estabeleceu um novo equilíbrio com as restantes
fachadas pombalinas da Rua Ivens."



 Pombalino ? BETÃO / LOGRO/ MENTIRA
Enquanto que o Vereador Manuel Salgado continua a afirmar que pretende candidatar a Baixa a Patrimonio Mundial ?!?



Esta é a receita que está a ser aplicada em todo o Chiado e envolvente ...


Sempre os mesmos nomes:  Salgado/ Espirito Santo / Atelier Daciano Costa / Ana Costa


Fachadas Tardoz "transformadas" até ao nível do Largo da Boa Hora ...
Vários pisos de Estacionamento até ao nível do Metro ...
Afirmam os Srs. Arquitectos:

" A nova construção para o Largo da Boa-Hora, vem reforçar o princípio de requalificação,
introduzindo na fachada nova uma linguagem contemporânea e, ao mesmo tempo,
assegurando a escala e proporção dos vãos pombalinos, a qualidade do detalhe,
através dos elementos lineares das guardas e dos frisos metálicos."







 E entretanto ... no MUDE Pedro Gadanho,  curador de Arquitectura Contemporânea no Departamento de Arquitectura e Design do Museu de Arte Moderna (MoMA) em Nova Iorque, organiza a exposição "100 anos dos nossos Interiores"e afirma, muito bem,  ao Público :


Os interiores são efémeros e vulneráveis, constata o comissário-geral Pedro Gadanho, por desinteresse ou "fachadismo, uma tendência dos últimos 20/30 anos que é destruir integralmente os miolos de edifícios e manter só a fachada, como se ela fosse a única coisa que significava o peso ou a importância histórica do edifício".
( ...) "A exposição é só um princípio, um chamar de atenção, é o lançar de um debate para investigar mais profundamente esta área", diz o arquitecto - e Interiores vai resultar também num livro editado pelo Turismo de Portugal em 2013 com análise crítica sobre a temática.
Isto numa altura em que não só pela crise, mas também pela reflexão académica de arquitectos, urbanistas e designers, "já chegámos a um ponto de saturação da construção nas nossas cidades". Quando as construtoras "se começam a virar para a remodelação, talvez precisem de mudar de atitude: em vez de arrasar - como vemos muito em Lisboa, a maior parte das recuperações de edifícios pombalinos é desrespeitadora do interior e suas qualidades -, aproveitar o que é possível, adicionar o que é preciso", diz Gadanho.






 Não só na Rua Ivens, mas também em toda a envolvente, como por exemplo na Rua Capelo 14-18, a mesma "receita" foi aplicada implacávelmente ...












 Aqui temos mais um ... com magnifícas linhas de Mansarda  na esquina Ivens / Capelo à espera do mesmo tratamento ...
Deixo-vos, sem mais palavras, para poderem apreciar sociológicamente e Patrimonialmente, a retórica e erudição dos intervenientes no filme que se segue ...









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