quinta-feira, 28 de março de 2013

Ruiu mais uma parte de um prédio devoluto em Lisboa.

"Mais um" no verdadeiro Holocausto Patrimonial que se está a desenvolver nas Avenidas por incúria, falta de Conservação e por uma "escolha" de Filosofia de Intervenção e de Política Urbanística e Cultural de Manuel Salgado ... Mais se encontram no "Corredor da Morte" à espera ...
António Sérgio Rosa de Carvalho.
O edifício tem de ser demolido urgentemente, dizem os bombeiros
Ruiu mais uma parte de um prédio devoluto em Lisboa

Por Marisa Soares in Público
28/03/2013

Trânsito está cortado e deverá continuar assim nos próximos dias. Desmoronamento não causou feridos

O interior e a fachada traseira de um prédio devoluto da Avenida Elias Garcia, em Lisboa, que já tinha começado a desmoronar-se em Dezembro, sofreu nova derrocada ao final da manhã de ontem. O incidente não provocou feridos nem danos materiais na área envolvente.
O edifício de seis pisos, com os números 114 a 118, estava desabitado há cerca de dois anos. Em Dezembro, por ocasião da primeira derrocada, o restaurante Bola Cheia II, que funcionava no rés-do-chão, foi forçado a encerrar. Segundo uma fonte do Regimento de Sapadores Bombeiros, perto das 11h30 de ontem ruiu mais uma parte do interior do prédio e da fachada traseira.
A cobertura do edifício está muito danificada e a chuva que tem caído terá acelerado a degradação do interior. O que resta do edifício "não está neste momento em risco iminente de ruína", afirmou o chefe Fragoso, dos Sapadores Bombeiros. A fachada principal e a parede lateral continuam de pé, mas o risco de derrocada mantém-se, pelo que foi criado um perímetro de segurança, fechando a rua ao trânsito e à circulação de pessoas em frente ao prédio, na faixa que segue na direcção da Fundação Gulbenkian.
Esta restrição deverá manter-se "até ser feita a demolição ou até estarem reunidas todas as condições de segurança em volta do prédio", afirmou ao PÚBLICO a directora municipal de Protecção Civil de Lisboa, Emília Castela.
Depois da derrocada que ocorreu a 15 de Dezembro, em que desabou parte da fachada traseira e com ela parte do interior do prédio onde se situavam as cozinhas e casas de banho, os técnicos da Protecção Civil fizeram uma vistoria ao edifício e a 14 de Janeiro intimaram os proprietários a demolir o imóvel no prazo de 60 dias. Desde então, nada aconteceu. Segundo Emília Castela, a câmara poderá avançar com a demolição coerciva caso não haja resposta dos proprietários, como está previsto na lei. Os donos do edifício já antes tinham sido intimados a fazer obras, mas também aí não houve resposta. Ao que o PÚBLICO apurou em Dezembro, o prédio é privado e haverá uma questão de partilhas por resolver.
Os bombeiros e a Protecção Civil não puderam entrar no edifício por não haver condições de segurança. Foram retiradas algumas pedras que estavam em risco de queda e avaliado o estado do edifício. "Neste momento não há nada visível que nos leve a dizer que há danos nos prédios contíguos", disse Emília Castela.
No entanto, um dos prédios vizinhos, com os números 108 e 110, separado do que ruiu por um estreito saguão, também está devoluto e em "adiantado estado de degradação, portanto sem condições de habitabilidade", disse o chefe Fragoso. Agora, a única alternativa para o edifício é a demolição, disse a mesma fonte, esperando que ela seja concretizada "de forma célere".



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