sábado, 16 de fevereiro de 2013

Milhares subscrevem petições em defesa da agência Lusa e do PÚBLICO.18/10/2012




Comunicação social

Milhares subscrevem petições em defesa da agência Lusa e do PÚBLICO
Por Fabíola Maciel in Público


O anúncio de cortes financeiros na Lusa e de despedimentos no PÚBLICO desencadeou a criação de duas petições em defesa do jornalismo e do serviço público.
Em resposta ao anúncio do corte de 30%, confirmado na proposta de Orçamento do Estado para 2013, surgiu a petição Em Defesa da Agência de Notícias Lusa, que tem mais de dois mil subscritores. Os trabalhadores da agência consideram que o corte vai "comprometer gravemente o funcionamento e a qualidade editorial" e, por isso, pedem "o apoio de todos na defesa do serviço público que presta e quer continuar prestar", lê-se na petição.
Os signatários salientam que "a Lusa presta um serviço único e insubstituível no contexto da sociedade portuguesa, dentro e fora das fronteiras nacionais, contribuindo para a divulgação da língua e da cultura". De acordo com os dados inseridos na petição, a Lusa divulga aos clientes, mensalmente, quase 12 mil notícias, uma média diária de 392 notícias, mais de 2500 sons e vídeos, satisfazendo as necessidades de rádios, jornais e televisões.
Os trabalhadores da Lusa iniciam hoje uma greve de quatro dias, que engloba acções de protesto em vários locais. Segundo o Conselho de Redacção da Lusa, o director de Informação admite a possibilidade de encerrar a linha de distribuição de notícias caso haja muitos trabalhadores em greve. Este cenário foi discutido numa reunião do CR com Fernando Paula Brito, onde o CR defendeu que a direcção "não deve mobilizar jornalistas com vínculos precários nem programar peças para procurar amenizar os efeitos da paralisação".
Ontem, a CT da Lusa reuniu-se com a secretária de Estado do Tesouro e Finanças, Maria Luís Albuquerque, que disse ser irreversível o corte de 30% no contrato-programa do Estado, considerando que "o contrato é muito caro" e avisou que "os despedimentos são inevitáveis".
Uma carta aberta, intitulada Pelo Jornalismo, pela Democracia, que tem entre os primeiros subscritores jornalistas como Diana Andringa, Adelino Gomes, Cesário Borga, Joaquim Furtado, Joaquim Fidalgo ou Maria Flor Pedroso, foi também colocada a circular na Internet.

Petição pelo PÚBLICO

Na semana passada, a administração do jornal PÚBLICO anunciou o despedimento de 48 trabalhadores. Na sequência dessa notícia, foi aberta pelo grupo que criou o Manifesto Para um Mundo Melhor - Maria José Casa-Nova, Ana Benavente, Fernando Diogo, Carlos Estêvão, João Teixeira Lopes - uma petição, intitulada Em defesa da manutenção da qualidade do jornal PÚBLICO e dos profissionais que fazem dele um jornal de referência nacional.
A petição, que já tem mais de 1700 subscritores, vai ser entregue na sexta-feira nas instalações da Sonae, no Porto. Nessa altura, os subscritores vão dar uma conferência de imprensa. Para esse dia, os trabalhadores do PÚBLICO têm agendada uma greve e está marcado por ex-jornalistas do PÚBLICO e outros profissionais um protesto em frente às instalações do jornal, em Lisboa. Na terça-feira, nas redacções do PÚBLICO, no Porto e em Lisboa, foi votada uma "moção de desconfiança" à direcção editorial promovida pelo Conselho de Redacção. Dos 158 jornalistas votaram 100. Os resultados ditaram 87 votos a favor, 7 contra, 5 em branco e 1 nulo. De manhã, a direcção editorial disse que não faria nenhuma leitura dos resultados e ao fim do dia o conselho de administração da empresa fez saber à redacção que mantém a confiança na direcção editorial.

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