sexta-feira, 2 de março de 2012

"And the beat goes on " ... "And the beat WILL go on " ... reflexos de uma entrevista de M. Salgado ... por António Sérgio Rosa de Carvalho .11/10/2011



Enquanto a faceta "Cultural" da C.M.L. promove e celebra o Centenário de Ressano Garcia, a faceta "Operacional" da mesma Licencia a sua destruição sistemática …
Com efeito o … “beat” … o ritmo … está imparável … e não interessa como se chamam os planos que perversamente com diversos alibis ou “conceitos” … viabilizam ou promovem isto … os resultados estão à vista … and the beat goes … and WILL go on … assim garante a “geografia” Legislativa do Vereador do Urbanismo , incansável , infatigável tecendo o seu manto de conceitos e leis que irão determinar o Futuro … até que não reste “pedra sobre pedra”… 



 Avenida da Liberdade ... custou ... mas foi à terceira ... Que "Planos" são estes ... que tornam possível a demolição Integral de um edifício em plena Avenida da Liberdade em 2011 ?




 2.

 Este é o último colocado no "Corredor da Morte" por "Despacho" do Vereador Manuel Salgado... Rua Andrade Corvo 18-20-22 Rua Sousa Martins

3.


Avenida da Liberdade ... And The Beat Goes On ...And The Beat Goes On ...



 4.


 O "caso" Rosa Araújo tornou-se paradigmático ... Ambiguidades entre reconhecimento do valor Patrimonial de Conjunto do Bairro Barata Salgueiro ... e Viabilização da sua total alienação através do ‘Fachadismo” e a consequente destruição dos seus Interiores … “Trapalhadas”e “Manobras” constantes no seu processo de Licenciamento … com vários “Rounds” de Idas e Vindas … até ao Licenciamento por “Despacho “… com consequente erosão para a Imagem do Vereador do Urbanismo e para a Imagem Pública do BES …







5.



Em filmes como "Midnight in Paris" ficamos absolutamente seduzidos com a Monumentalidade e a Unidade Patrimonial de Paris ... trabalho acumulativo de séculos de investimento numa dimensão sublime de grandes gestos Arquitectónicos e de composições Urbanísticas inimitáveis , mas confirmadas e “cerzidas” na grande escala das intervenções “Haussemanianas”do Séc. XIX.
Mas situa-se Paris ... noutro Planeta ? ... noutra Galáxia ?
Somos filhos de um Deus Menor ? 



Passaria pela cabeça de algum parisiense permitir a destruição sistemática deste tipo de Interiores ?



Depois destes tipo de terríveis erros ... como a Tour Montparnasse ou a sede da RTL ... nos anos 70 ... Paris desenvolveu regras e medidas que impedem a sua continuação ...


 6.



(...)"Atravesso-me em tudo o que for necessário para que comecem a obra. Eu deposito grandes esperanças na reabilitação urbana. A troika tem lá um capitulozinho sobre a importância da reabilitação urbana na dinamização do emprego e da economia, e o actual governo anunciou uma série de medidas que vêm todas no mesmo sentido: agilizar os procedimentos, criar linhas de crédito, mexer na lei do arrendamento no que diz respeito aos despejos quando há incumprimento. Na realidade, há aqui reabilitação e arrendamento urbano, é o verso e o reverso. Apostar na reabilitação é muito importante para a economia, para o emprego, para as pequenas empresas, para preencher os vazios da cidade."
( ...) "De facto, existe um certo desprezo e uma postura de distanciamento entre os técnicos da câmara e os munícipes. Uma das minhas grandes batalhas ao longo destes quatro anos tem sido exactamente tentar incutir uma cultura diferente. Nós estamos aqui para resolver os problemas das pessoas e não para criar problemas.
Mas não é uma batalha perdida? As pessoas continuam a queixar-se.
Não pode ser perdida e acho que, apesar de tudo, se fizeram progressos. Os tempos de licenciamento diminuíram. Introduziram-se uma série de simplificações, o processo é mais transparente e espero que, com o novo plano director, fique claramente mais transparente. Como nós costumamos dizer, o novo plano director é menos um plano de polícia e mais um plano de políticas."
( Manuel Salgado. "António Costa tem de se recandidatar"
Por Ana Sá Lopes, publicado em 1 Out 2011 in Jornal I )
-------------------------------------------------------------

Sim ... mas que "políticas"?!?
...Hummm ... Fica-se 'algures' com a impressão que Manuel Salgado está a 'baixar' a fasquia de exigência detalhada na área dos Valores Patrimoniais do edificado das ÁREAS HISTÓRICAS de Lisboa ... e a 'globalizá-lo' através de um (falso) pragmatismo baseado na urgência e estado deplorável em que ele se encontra ...
Existem 'indefinições' e 'ângulos cegos' ... propositados (?) ... que podem 'dar' para tudo ...
Claro que o investimento imobiliário é fundamental e indispensável ... mas em equilíbrio de regras ... senão iremos matar a "Galinha dos ovos de Ouro" ... ou seja os valores e características fundamentais que definem o carácter único do nosso Património, garantem a nossa Identidade Cultural ... o nosso prestigio Internacional e imagem de brio e auto-estima ... além do respeito ... num momento em que pela crise financeira a nossa imagem anda muito 'por baixo' ... aqui e lá fora ...


O mundo do Imobiliário está em “pânico” … Depois de uma actividade de ritmo de produção desenfreado, e muitas vezes sem qualquer tipo de planeamento ou atenção para o Ordenamento do Território … o Mercado saturou e ruiu, tal “castelo de cartas”… Agora, os apelos em direcção a uma fatia de mercado que é vista como última esperança,a Reabilitação Urbana, multiplicam-se.
Ora, nós sabemos que embora tenha sido feito um esforço para uma certa especialização técnica, e alguma consciência Patrimonial, naturalmente este mercado pensa em termos de rentabilidade e de transformação dos interiores através de um emparcelamento rentável e adaptado às exigências da clientela.
Nesta área é possível um equilíbrio entre a manutenção das características fundamentais, a nível dos materiais e tipologias, dos interiores e a sua adaptação.
As exigências nesta área cabem aos técnicos competentes … mas por outro lado, como conquistar o respeito dos Promotores e tranquilizá-los em relação aos prazos determinados pelos seus investimentos, se o aparelho camarário não funciona, se auto-entope e demonstra quase uma indiferença em relação às ansiedades dos promotores e investidores ?
Só é possível desenvolver Pedagogia, a nível dos Valores Patrimoniais, exigir a defesa e salvaguarda desses mesmos Valores, quando a nossa Autoridade Cultural é aceite por um respeito baseado na eficácia e eficiência.
É portanto necessária uma Reforma do Aparelho Camarário … e do seu funcionamento nesta área …
Por outro lado, apesar do estado deplorável do nosso Centro Histórico, muitas vezes ilustrado neste blog, o interesse das populações em habitar o mesmo Centro cresce, e a intensidade de visitas do Turismo Internacional tem vindo a crescer …
Isto deixa-nos com uma responsabilidade acrescida, pois ao vermos isto numa perspectiva de prestigio Internacional, a nossa imagem neste momento de crise económica profunda já de si muito abalada, passa a ser confirmada por todos estes visitantes internacionais … pelo estado deplorável do nosso Centro Histórico em Lisboa, ilustrativo do nível da nossa auto-estima e capacidade de realização.
Mas é precisamente no detalhe de qualidade da Reabilitação que vamos ser comparados, para além da quantidade … uma coisa não exclui a outra … embora nos queiram fazer ( com falso pragmatismo) acreditar o contrário …


Com efeito agora que a Banca está profundamente exposta à crise não só por falta de capital … mas também por ser alvo de acusações permanentes por milhares e milhares de endividados, que se consideram “vítimas” da mesma … é sem dúvida chegado o momento de pensar sériamente no problema da “Imagem” …
Para o BES, por exemplo, os casos sucessivos e em bloco, como no difícil e erosivo processo da Rosa Araújo … da Duque de Loulé 35 … no Largo do Principe Real 32 … deveriam fazer meditar uma Instituição ciosa da sua imagem … e que investe largamente na mesma …
Ainda por cima, uma Instituição que usufrui de um prestigio consolidado, garantido por uma Fundação que se dedica precisamente à História dos Interiores e das Artes Decorativas, à formação de técnicos especializados no seu Restauro e que … transporta a responsabilidade e o prestigio de um nome … A Fundação Ricardo Espirito Santo …


Não há Reabilitação Urbana sem Investimento Privado … e não haverá Investimento Privado sem garantias de capacidade de resposta nos licenciamentos …
É portanto necessário descomplicar, desburocratizar e aligeirar a máquina camarária …
Nisso estamos todos de acordo … mas sem relativizar os Valores inerentes e indispensáveis da Protecção do Património … que precisamente garantem o Valor do mesmo produto que se pretende comercializar …
Nesse aspecto fica/se com a impressão que o Vereador do Urbanismo é um mau conselheiro e não consegue desenvolver a necessária Pedagogia …
Pois … Se se pode fazer bem … porquê fazer mal ?!
As vantagens e os ganhos seriam em todos os aspectos e campos muito superiores !




Câmara acusada de prejudicar finanças municipais em benefício de promotores
In Público (17/7/2010)
Por Ana Henriques

«Ampliação da sede do BES na Avenida da Liberdade envolta em polémica. "Câmara não pode desperdiçar oportunidades de cobrança", diz vereador

A decisão da Câmara de Lisboa de deixar de cobrar aos promotores imobiliários, em certos casos, contrapartidas que até aqui lhes exigia está no cerne de uma polémica que tem como principal protagonista o Banco Espírito Santo (BES). A maioria socialista que governa a autarquia é acusada por vereadores dos partidos de direita de prejudicar as finanças municipais em benefício dos promotores.

Em causa estão as chamadas "cedências" ou "compensações urbanísticas". Cada vez que um promotor imobiliário vê aprovadas obras de grande dimensão fica sujeito a compensar o município onde as faz pelo acréscimo de betão com dinheiro ou terrenos para espaços verdes, estradas e escolas. As dúvidas que se levantaram na autarquia a respeito do que seria legítimo pedir ao BES em troca da aprovação do projecto de ampliação da sua sede, no quarteirão entre a Avenida da Liberdade e a Rua Rosa Araújo, levaram os socialistas a fixar uma nova interpretação da lei que será agora extensível a todos os casos idênticos. Uma decisão que, na opinião do vereador António Carlos Monteiro (CDS-PP), foi tomada à medida dos projectos imobiliários à espera de aprovação na Câmara de Lisboa. É o caso da ampliação da sede do banco.

Como o regulamento que, em Lisboa, fixa em que circunstâncias as contrapartidas são exigíveis só entrou em vigor em 2009, o presidente da autarquia, António Costa, tem defendido que ele não se aplica ao projecto do BES, que deu entrada nos serviços camarários antes disso. Não faz sentido que a câmara convença os promotores imobiliários a alterar os seus projectos iniciais - como foi o caso - para depois lhes cobrar compensações urbanísticas que passaram entretanto a ser exigidas, alega. Já o vereador do CDS-PP entende que as compensações são devidas, uma vez que o projecto em causa é muito diferente do inicialmente apresentado pelo banco. O vereador Victor Gonçalves (PSD) pensa o mesmo: "Só porque existe um projecto do BES altera-se o regulamento sem mais nem menos? A câmara tem pouco recursos e não pode desperdiçar oportunidades de cobrança." O autarca recorda ainda que o vereador do Urbanismo começou por defender que o regulamento se aplicava ao caso do BES, para depois mudar de opinião.»


7.



"Divide tarefas com a arquitecta Helena Roseta. Como é trabalhar com alguém que começou por ser oposição à maioria? Está agora completamente integrada na vereação PS?
Completamente! Eu conheço a Helena Roseta há muitos anos, ela é mais nova do que eu na faculdade. Mas, de facto, temos trabalhado muito bem. A proposta de reabilitação urbana é subscrita por nós os dois. O PDM integra todos os programas da Helena Roseta e temos uma grande consonância. É evidente que, há quatro anos atrás, a situação era diferente. Foi-se criando confiança mútua. Eu conheço, mas nunca tinha trabalhado com ela. Mas, de facto, tem corrido francamente bem.

A Helena já funciona como se fosse uma vereadora do PS e ponto final?
Sim. Ou eu funciono como vereador desta maioria. De facto, já não se distinguem fronteiras e as coisas são tratadas normalmente e com a maior das cordialidades entre o grupo dos Cidadãos por Lisboa e a vereação do Partido Socialista."

(Manuel Salgado. "António Costa tem de se recandidatar"
Por Ana Sá Lopes, publicado em 1 Out 2011 in Jornal I)

Em 01-04-2009 :
O Movimento Cidadãos por Lisboa vai recomeçar a recolher as assinaturas necessárias para formalizar uma recandidatura à câmara da capital. A vereadora Helena Roseta quer manter intacto o seu capital de independência na cidade.
O Movimento Cidadãos por Lisboa prepara a recolha das assinaturas para uma recandidatura à autarquia da capital. Ao DN, Helena Roseta afirma que "desistir deste movimento seria uma perda para a cidade". A actual vereadora garantiu também que não haverá "negociações" com o Bloco de Esquerda ou com qualquer outra força política no sentido de obter o apoio político. "Quem me quiser apoiar livremente que o faça, mas não vou sentar-me à mesa de negociações com ninguém. Quero manter a nossa autonomia", disse.

( Movimento de Roseta prepara recolha de assinaturas para recandidatura a Lisboa
Paula Sá, Diário de Noticias 01-04-2009 )
------------------------------------------------------------

Além desta situação patética de total ineficácia política deste “Movimento” anteriormente conhecido como C.P.L. só possível de definir por um Mestre do Surrealismo … a chamada “Oposição”, no que respeita aquilo a que um meu conhecido chamaria - “PS…com …D” – compete em ineficácia, invisibilidade e surrealismo com este anterior grupo … Divisões internas impossiveis de disfarçar … “Excomunhão” de Victor Gonçalves … “Deserção” de Santana para “voos mais altos” depois de uma “entente cordiale” permanente com Costa …
Tudo isto desprestigia a credibilidade política perante o eleitor e constitui fonte permanente de erosão para a Democracia Representativa. 








"Onde é que mora?
Ao pé da Estação de Santa Apolónia, ao lado do Museu da Água.
E a casa foi construída por si?
Foi construída por mim de raiz. Esteve para ser um ateliê. A determinada altura decidimos que não valia a pena e iríamos fazer habitação para vender, e depois, passados uns anos, fiz uma espécie de cooperativa com os meus filhos. Ficámos com quatro apartamentos para nós e vendemos dois para ajudar a pagar os outros quatro. É uma casa que acabou por ser desenhada por nós, mas acabou também por ser uma adaptação de um projecto.
E como é que é a sua casa? Vê o rio quando acorda de manhã...
Vejo o rio de uma maneira fantástica. Julgo que não há vista mais bonita do que aquela que eu tenho. Vejo o rio a mudar constantemente. A casa está organizada em três pisos e em qualquer dos pisos tenho vista para o rio, e principalmente no último, que é onde tenho o meu quarto, vejo nascer o sol e, à noite, a margem sul toda iluminada. É um espectáculo deslumbrante."

(Manuel Salgado. "António Costa tem de se recandidatar"
Por Ana Sá Lopes, publicado em 1 Out 2011 in Jornal I)



Sem comentários: